Gestantes
devem ter cuidado redobrado na prevenção de infecções transmitidas por insetos
como Dengue e Zika. Para isso é importante o uso de um repelente de insetos
adequado.
O
Ministério da Saúde confirma relação entre vírus Zika e microcefalia.
Orientação às gestantes:
O
achado reforça o chamado para uma mobilização nacional para conter o mosquito
transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela disseminação doença.
O
Ministério da Saúde confirmou neste sábado, dia 30 de novembro de 2015, a
relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. O
Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o
resultado de exames realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e
outras malformações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada
a presença do vírus Zika.
A
partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da Saúde considera
confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma
situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema
devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua
atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior
vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos
primeiros três meses de gravidez.
O
achado reforça o chamado do Ministério da Saúde para uma mobilização nacional
para conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela
disseminação da dengue, zika e chikungunya. O êxito dessa medida exige uma ação
nacional, que envolve a União, os estados, os municípios e a toda a sociedade
brasileira. O momento agora é de unir esforços para intensificar ainda mais as
ações e mobilização.
A
campanha lançada nesta semana alerta que o mosquito da dengue mata e, portanto,
não pode nascer. A ideia é que todos os dias sejam utilizados para uma limpeza
e verificação de focos que possam ser criadouros do mosquito. O resultado do
Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) indica 199 municípios
brasileiros em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika, sendo
necessária uma mobilização, de todos, imediata.
A
orientação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) é que cada gestante procure o
seu obstetra, que deverá indicar um repelente de acordo com a peculiaridade de
cada paciente, que pode ter alergia a determinada substância. Mesma
recomendação da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)-
RCD 19, de abril de 2013, que dispõe sobre os requisitos técnicos para a
concessão de registro de produtos cosméticos repelentes de insetos, e que diz:
"para uso durante a gravidez e amamentação, consulte um médico."
Nesta segunda-feira, em uma coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde
informou que, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
todas as marcas comerciais disponíveis no Brasil podem ser utilizadas com
segurança pelas gestantes.
A
Icaridina na concentração de 20 a 25% (Exposis) é o repelente de maior duração
na pele, conferindo aproximadamente 10 horas de proteção contra os insetos.
O
DEET é o repelente mais comum e mais fácil de ser encontrado nas farmácias e
supermercados (OFF, Autan, Repelex, entre outros). É um repelente muito
eficiente, mas sua duração depende da concentração de DEET no produto.
Infelizmente no Brasil a ANVISA só autoriza a venda de repelentes com
concentração de DEET de até 15%, o que confere proteção máxima por 6 horas
(produtos com concentrações de 25-50% estão disponíveis em outros países e são
mais eficazes). Gestantes devem escolher os repelentes com DEET na versão para
adultos (15%) com 6 horas de duração e não a versão infantil, que tem apenas 6
a 9% do ativo e duração mais curta (2 horas).
O
IR3535, conhecido como Loção Antimosquito Johnson’s, é indicado para crianças
de 6 meses a 2 anos. Tem duração muito curta, necessitando de reaplicações a
cada 2 horas, o que pode deixar a gestante desprotegida em períodos de longa
exposição.
Os
repelentes naturais como citronela e andiroba tem rápida evaporação e portanto
um tempo de proteção muito curto, de 10 a 20 minutos. Assim, não são
considerados repelentes seguros para gestantes.
Concluímos
então que a Icaridina seria a primeira escolha para a gestante pelo longo tempo
de duração da proteção, sendo necessária apenas uma aplicação ao dia. O DEET e
IR3535 também podem ser usados, mas por apresentarem menor duração da proteção,
precisam ser reaplicados ao longo do dia.
Vale
lembrar que o mosquito da Dengue/Zika tem hábitos diurnos, então o uso do
repelente deve priorizar este período.
Nessa
tentativa de se cercar de proteção no que diz respeito a ação dos repelentes
mais fortes, muitas pessoas estão optando por repelentes naturais à base de
andiroba, citronela, cravo e até pela ingestão de vitamina B em gotas, que
faria com que o próprio corpo exalasse um odor que afugentaria os mosquitos.
"Os naturais têm um tempo de ação muito curto e precisam de muitas
reaplicações. Por isso, o mais é seguro é optar pelo repelente que não tem absorção.
Quanto à ingestão da vitamina B, não há evidências suficientes que garantam a
eficácia", adverte a obstetra Dra. Leila Katz, do Imip - Instituto Materno
Infantil Professor Fernando Figueira. Para se ter uma ideia, os repelentes
naturais como citronela e andiroba têm rápida evaporação e um tempo de proteção
de cerca de 20 minutos e por isso não são considerados repelentes seguros para
gestantes.
Recentemente
vivemos uma epidemia de infecções virais potencialmente graves para as
gestantes como Dengue e Zika, ambas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Para
prevenir a doença, além das medidas de controle dos focos criadores (água
parada), a gestante deve se proteger contra a picada do inseto com o uso de
roupas compridas, telas nas janelas e repelentes químicos.
É
um grave erro achar que a mulher grávida deve usar produtos para bebês
pensando: “se não faz mal para o bebê, não deve fazer mal para a gestante”.
Considerando a necessidade de se proteger contra uma doença potencialmente
grave, a proteção tem que ser o mais eficiente possível. Assim, os repelentes
recomendados para as gestantes são os mesmos recomendados para os adultos.
Em
relação aos repelentes, os mais comuns são à base de DEET (verifique no
rótulo). Esta substância é uma das mais antigas e estudadas, e não é
contra-indicada na gestação. Mas o número máximo de aplicações por dia deve ser
respeitado, conforme orientação do rótulo. Há várias outras substâncias que
podem funcionar como repelentes, e que são consideradas segura na gestação. A
ANVISA (agência que regula o registro e comercialização de medicamentos e
produtos no Brasil) exige que os produtos registrem no rótulo os cuidados e
contra-indicações (alguns repelentes não podem ser usados em crianças menores
de 2 anos, por exemplo). Portanto, desde que o produto tenha registro na ANVISA
(reforçando, verifique o rótulo) e não contenha no rótulo nenhuma advertência,
pode ser usado na gestação, afirma a Dra. Ana Cristina Vidor.
A
Dra. Cristiane Benvenuto dissse que pacientes que até final do primeiro
trimestre (12 semanas) usem apenas produtos liberados pelo seu dermatologista
ou obstetra. Essa é a fase em que o bebê está mais sensível aos produtos usados
pela mãe e também a fase mais delicada da gestação. Na dúvida, leve o produto
na sua consulta de pre-natal ou ligue para seu obstetra, se for possível. Prefira ficar em áreas protegidas dos
mosquitos, mas se for necessário se expor use produtos com concentrações mais
baixas de DEET. Além disso, o mais apropriado é usar roupas longas para
proteger o corpo (se não estiver quente demais, claro) e aplicar o repelente
nas roupas.
A
médica dermatologista Dra. Thaís Ferraz explica como aplicar o repelente:
O
efeito dos repelentes se dá pelo “efeito de nuvem”, ou seja, após a aplicação o
repelente evapora e forma uma “nuvem” de aproximadamente 4 cm em volta da pele
que repele o inseto. Assim, não é recomendado usar o repelente por baixo das
roupas, mas por cima dos tecidos e apenas na pele exposta (braços, colo,
pernas, pés).
Pelo
mesmo motivo, o repelente é o último produto a ser aplicado na pele. Primeiro
usa-se hidratantes, filtros solares, maquiagem, e o repelente sempre por cima
de tudo.
Evite
aplicar perto de olhos, nariz e boca. Todos os repelentes podem irritar as
mucosas.
Respeitar
o intervalo para reaplicar o produto:
- Icaridina: 10 horas na pele e a cada 72 horas nos tecidos
- DEET adultos (15%): 6 horas
- IR3535: 2horas
Sobre os casos de microcefalia
na região Nordeste, o Ministério da Saúde orienta às gestantes:
1 - Devem ter a sua gestação acompanhada em
consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;
2 - Não devem consumir bebidas alcoólicas
ou qualquer tipo de drogas;
3 - Não utilizar medicamentos sem a
orientação médica;
4 - Evitar contato com pessoas com febre,
exantemas (erupções que podem aparecer em um região específica da pele ou por
todo o corpo) ou infecções;
5 - Adoção de medidas que possam reduzir a
presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros
(retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de
armazenamento de água);
6 - Proteger-se de mosquitos - manter
portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e
utilizar repelentes indicados para gestantes.
Sábado de faxina – Não dê folga para o mosquito da dengue!
A reprodução do aedes aegypti, também conhecido como o
"mosquito da dengue", costuma ser mais intensa durante o verão. O
mosquito, que também é o transmissor da chikungunya e do vírus zika, não
escolhe o bairro ou casa para se reproduzir. Ele precisa apenas de locais com
água parada. Por isso, o cuidado para evitar a sua proliferação deve ser feito
por todos. A principal ação para prevenção dessas doenças é evitar o nascimento
do mosquito da dengue, já que não existem vacinas ou medicamentos que combatam
a contaminação.
Para chamar a atenção sobre a importância da limpeza para
eliminação dos focos do aedes aegypty, o Ministério da Saúde lançou a campanha
"Sábado da Faxina - Não dê folga para o mosquito da dengue". A ideia
é que toda a população dedique um dia da semana para verificar todos os
possíveis focos do mosquito, fazendo uma limpeza geral em sua residência e
impedindo a reprodução do aedes.
O resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti
(LIRAa) mostrou que 199 municípios brasileiros estão em situação de risco de
surto de dengue, chikungunya e zika. Mais de 4% das casas visitadas nestas
cidades continham larvas do mosquito. O Ministério da Saúde registrou, até 14
de novembro, 1,5 milhão casos prováveis de dengue no país. O aumento é de 176%,
comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 555,4 mil
no ano passado.
Em 45 dias um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas. É
bom lembrar que o ovo do aedes aegypti pode sobreviver até 450 dias, mesmo se o
local onde foi depositado estiver seco. Se a área receber água novamente, o ovo
ficará ativo e poderá atingir a fase adulta em poucos dias. Por isso, após
eliminar a água parada, é importante lavar os recipientes com água e sabão.
O governo federal também está fazendo sua parte, com a
capacitação de pessoal de estados e municípios para identificar locais de
proliferação do mosquito e distribuição de larvicidas, inseticidas e kits de
combate. O Ministério da Saúde repassou, até novembro deste ano, R$ 1,25 bilhão
aos governos estaduais e municipais para o combate ao mosquito.
Confira o check list e
aproveite o sábado para deixar sua casa livre da dengue!
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
1. https://medicinia.com.br/perguntas/mulher-gravida-pode-usar-locao-repelente-e-no-caso-de-hidratantes-posso-usar-qualquer-um-ou-tem--2. Acessado
em: 02.12.2015.
2. http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/11/30/interna_vidaurbana,612956/repelente-adequado-pode-ser-utilizado-sem-nenhum-risco-para-o-bebe-garante-medica.shtml. Acessado
em: 02.12.2015.
3. http://dermatologiaesaude.com.br/minha-pele/gestantes-repelente-de-insetos/. Acessado
em: 02.12.2015.
4. http://www.blog.saude.gov.br/agenda-ms/50345-orientacoes-as-gestantes-sobre-os-casos-de-microcefalia. Acessado
em: 03.12.2015.
5. http://www.blog.saude.gov.br/entenda-o-sus/50399-ministerio-da-saude-confirma-relacao-entre-virus-zika-e-microcefalia. Acessado
em: 03.12.2015.
6. http://www.blog.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=50392&catid=579&Itemid=50218. Acessado
em: 03.12.2015.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGostei muito do seu texto. Informativo e objetivo, de fácil leitura e recheado de informações muito úteis no combate à microcefalia. Com o Zika sendo transportado pra dentro das nossas casas por esses mosquitos, todo cuidado deve ser redobrado. Vou indicar a bibliografia de vocês (e a leitura do seu blog) na minha página sobre saúde da mulher. PArabéns pelo bom trabalho.
ResponderExcluir